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Queridinho das mulheres, Honda Fit conquista clientes ao oferecer praticidade |
UOL Carros
Uma questão foi levantada na Redação de UOL Carros após vermos a lista divulgada pelo site Edmund’s Inside Line (em inglês) com os dez carros vendidos no mercado norte-americano que têm mais mulheres entre seus compradores (na ordem: Volvo S40, Nissan Rogue, Volkswagen Eos, Volkswagen Beetle, Toyota Matrix, Hyundai Tucson, Honda CR-V, Toyota RAV4, Nissan Juke e Jeep Compass): ainda existem os chamados “carros para mulheres”?
A expressão acima acompanhou a indústria automotiva ao longo dos anos para definir tanto veículos com apelo feminino quanto para tachar carros que, por determinadas características, afastavam os homens. Os maiores exemplos disso eram as minivans, que invadiram o mercado brasileiro no final dos anos 1990. Era difícil encontrar um homem ao volante, por exemplo, de um Renault Scénic ou de um Citroën Picasso. Por outro lado, uma mulher dirigindo um sedã médio era uma cena tão rara quanto ver alguém rasgando uma nota de R$ 100.
Voltando à lista norte-americana, dá pra dizer que ela reserva uma surpresa justamente no topo: o sedã Volvo S40 é o carro com a maior proporção de mulheres entre seus compradores. Daí em diante, à exceção do terceiro colocado (o conversível Eos) e do quarto (VW Beetle), o que se vê é uma profusão de SUVs e crossovers. O fenômeno, também observado no Brasil, tem justificativas simples: a sensação de segurança devido ao porte, mais a posição elevada de dirigir estão entre os itens mais apreciados pelo público feminino. Ou acreditávamos estar…
O QUE ELAS ACHAM
Decidimos, então, consultar nossas colegas de trabalho e perguntar o que elas apreciam num carro, e quais são os modelos que mais as agradam. Simone Capozzi, editora do UOL Mulher, é fã dos carros compactos. “O carro ideal tem de ter um motor no mínimo mais fortinho como um 1.6, ser ágil e bom de dirigir, algo meio esportivo. Também não gosto de chamar a atenção, então prefiro aqueles carros mais discretos. Dois modelos que me atraem são esses pequeninos mais caros, como o BMW Série 1 e o Audi A1″, afirma. E assim nossa teoria de que as mulheres gostam de carros grandes e altos começou a ruir.
A linha dos “compactos com pegada esportiva” também é seguida por Fernanda Pineda, produtora da TV UOL e mais uma mulher a fugir do estereótipo feminino ao volante. “Sou apaixonada pelo Mini Cooper. Acho ele lindo, potente, estiloso e compacto. Outro carrinho cheio de estilo é o Fiat 500, que tem a vantagem de ser mais barato do que o Mini. Também citaria o Audi TT, um carro que acho bem sexy, e o Hyundai Veloster, que é mais másculo”.
E quais são as características que mais agradam a Fernanda? “Os meus carros preferidos são aqueles mais práticos, modernos e com boa visibilidade dianteira. Tem de ter um rádio que eu possa conectar meu iPod e meu celular, e espelhos retrovisores com desembaçador”. E os famosos porta-trecos, tão queridos do público feminino? “Ah, claro, tem de ter também. Afinal, mulher sempre carrega muita coisa e eu não fujo à regra”, admite.
“Eu gosto daqueles carros com interior espaçoso”. Por essa resposta, a opinião de Bárbara Stefanelli, repórter do UOL Mulher, poderia ser qualificada como tradicionalmente feminina. Será que Babi comprovaria as teorias sobre o gosto feminino? Bom, não foi dessa vez — e a jornalista prosseguiu, escolhendo seus preferidos. “Um carro que acho bem feminino é o Honda Fit, por ser ágil e compacto. Até estranho quando vejo um homem dirigindo um”, brinca. Ou seja, um típico carro “pequeno por fora e grande por dentro”.
Na equação para formar o seu carro ideal, Babi citou os itens que não podem faltar: “Ar-condicionado, um bom sistema de som e câmbio automático são essenciais para mim”.
Entendemos — mas e os porta-trecos e a posição elevada de dirigir? “Gosto de carros que têm uma posição mais alta, mas isso não é fundamental. E não ligo muito para porta-trecos, já que não sou bagunceira e não deixo objetos no carro”.
Por fim, a repórter diz qual carro recomendaria para as mulheres — e não foi dessa vez que os SUVs e crossovers foram citados. “Para quem está começando a dirigir, acho que o ideal seria algum carro menor, um compacto como o Peugeot 207. Já para quem precisa de um carro maior, peruas como a Renault Mégane Grand Tour me parecem ideais, por não serem muito grandes e terem bastante espaço”.
Por essas respostas, o que se nota é que os gostos feminino e masculino, ao menos no que se refere aos carros, estão cada vez mais parecidos. E o mesmo vale para os produtos em si. Para elas, praticidade de uso — especialmente no caótico trânsito das grandes cidades –, soluções inteligentes e tecnologia são itens que não apenas agradam, mas passaram a ser decisivos na escolha de um carro. E a tão masculina esportividade passou a ser uma característica desejada também entre elas.
(Rodrigo Lara, do UOL)