Engate acaba danificando as longarinas |
É bem o que diz o ditado: o feitiço vira contra o feiticeiro. De fato, com o engate, o para-choque não recebe pancadas leves - como aquelas que ocorrem em manobras. Só que a força decorrente da colisão é descarregada em outro ponto. É aí que nascem os transtornos. “(O acessório) é preso em lugares próximos da longarina. Com o impacto, ele empurra essa estrutura, deformando-a”, explica o especialista do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), Alessandro Rubio. Para quem não sabe, longarinas são tipos de barras metálicas, cuja função é servir de suporte ao motor e suspensão traseira, entre outras finalidades.
O problema é que a área traseira dos automóveis é desenvolvida para absorver impactos, distribuindo seus efeitos por várias partes e componentes. Porém, segundo o diretor do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa-SP), Antônio Gaspar de Oliveira, com o item de reboque, “a energia do choque se concentra em um ponto só”.
Como são peças que formam a base do veículo, por assim dizer, compromete-se todo o equilíbrio. Por isso, conforme aponta o engenheiro Denis Marum, “o carro fica torto, e o eixo traseiro também, prejudicando até a suspensão”. Sem contar o desalinhamento, o aumento do desgaste dos pneus... Vira uma bola de neve. Oliveira, inclusive, alerta que existe o risco de “o assoalho rasgar” se o engate for fixado por parafusos.
Mais um detalhe: uma vez defeituosa, a longarina precisa ser trocada. Não há reparo. Quanto ao ‘rebocador’, a mesma coisa: se deformar, é necessário substituí-lo por um novo.
Fonte: Michael Santos - Jornal A Tribuna, http://www.atribuna.com.br, acessado em: 31/05/13.
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