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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

328i e 508 se encaram no andar de cima dos sedãs

30/08/2012 - Thiago Moreno / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Quando a Peugeot lançou o 508, mirou os clientes de Mercedes-Benz, Audi e BMW. Tanto que o interior foi desenvolvido pela equipe germânica da marca francesa, buscando o design e o acabamento de seus rivais de origem alemã. Para saber se esse esforço surtiu efeito, o iCarros colocou frente à frente o 508 com o renovado BMW 328i numa briga pelo pódio entre os sedãs de luxo.

De partida, o BMW leva desvantagem, pois a única versão disponível, por enquanto, é a 328i, já que as de entrada, 318i e 320i chegarão apenas no final de 2012. O preço da 328i parte de R$ 171.400, mas esse valor pode subir ainda mais se o cliente optar pelos acabamentos especiais Urban, Sport e Luxury. Cada uma delas adiciona uma personalidade diferente ao carro. 

Na versão de entrada Base, o BMW traz de série um motor 2.0 turbo a gasolina de 245 cv acoplado ao câmbio automático de oito velocidades. Na lista de equipamentos de série há bancos elétricos com memória para o motorista, ar-condicionado digital de duas zonas e rádio com conectividade via Bluetooth.

O 508 tem preço mais camarada: por R$ 119.900, traz mimos que não estão presentes no BMW, como o navegador GPS, tela de informações sobre o painel (HUD), ar-condicionado de três zonas e câmera de ré. Há até um sistema de câmeras que mede o espaço de uma vaga para definir se o estacionamento é viável. 

Se na lista de itens de fábrica, o Peugeot deixa o BMW envergonhado, em motorização, a situação se inverte, já que o 508 dispõe apenas do 1.6 turbo a gasolina de 165 cv, igual ao utilizado no 408 e 3008, acoplado a um câmbio automático de seis marchas. 

Nas medidas, os dois carros têm tudo para empatar: 1,4 m de altura, 1,8 m de largura e 2,8 m de entre-eixos. A diferença está no comprimento: 4,8 m no Peugeot e 4,6 metros no BMW. Na balança, o Peugeot é mais leve, com 1.410 kg, ante 1.505 kg do BMW. No porta-malas, o 508 leva 473 litros contra 480 litros do 328i. 

BMW é mais eficiente e dinâmico; Peugeot agrada mais aos ocupantes

A Peugeot sabe agradar os clientes de sedã de luxo a exemplo do que fez com o extinto 607, mas seu rival neste comparativo cumpre tal tarefa com uma dose extra de esportividade, característica que o 508 não tem. A começar pela aparência: o 508 tem linhas longas e elegantes, mas nada que possa ser chamado de agressivo. O 328i tem vincos, farois alongados e parece ser mais largo do que realmente é. Na aceleração de 0 a 100 km/h, o 328i cumpre a tarefa em 5,9 s contra 9,2 s do 508. Não é um bom começo para o modelo de origem francesa.

A adoção do 2.0 de quatro cilindros e do novo sistema de direção de assistência elétrica no 328i é motivada pela busca de um carro mais eficiente. Em trecho urbano, o computador de bordo marcou 9,8 km/l de consumo. Mérito também do sistema Start/Stop, que desliga e religa o motor automaticamente em trechos de paradas prolongadas. No começo, estranha-se o solavanco da partida, mas o sistema cumpre o que promete.

No mundo real, os 245 cv do 328i empurram o modelo com agilidade e o carro possui três programas de condução (Sport, Comfort e Eco Pro) que alteram as respostas do acelerador e do volante. Em termos dinâmicos, o seis em linha clássico não faz falta. É no ronco do motor, porém, que a saudade aperta, pois o 2.0 turbo é silencioso em baixas rotações e áspero em alta. A direção é leve e precisa, mas pouco comunicativa em relação ao que está acontecendo com as rodas dianteiras.

Para um carro que foca no prazer em dirigir, falta um pouco de emoção ao 328i. É um esportivo para quem gosta de estar atrás do volante, mas a vocação para ser mais eficiente e econômico comprometeu a experiência do condutor. Para sair da monotonia, o modo Sport faz o carro responder rápido e grudar o motorista no banco. Em curvas, o modelo é firme e o controle tração trata de corrigir as eventuais saídas do eixo traseiro, que é responsável pela tração. 

Com acabamento bem feito, o 328i utiliza plásticos em locais como as portas e no painel, incomum nessa faixa de preço. Por dentro, é espaçoso, mas entrar e sair do carro é trabalhoso, pois é preciso se abaixar muito antes de se sentar no banco. Atrás, há espaço suficiente para até dois adultos, já que sentar no assento do meio é tarefa complicada em razão do túnel de transmissão que corta o assoalho.

Apesar de ter aletas para trocas manuais atrás do volante - coisa que o BMW não tem , a esportividade não é o ponto forte do 508. Só que isso não significa que o carro seja fraco, pois ele acompanha o trânsito sem problemas, só não te gruda no banco nas acelerações mais fortes. Mais leve e com motor menor, o Peugeot não foi mais econômico que o BMW em ciclo urbano. O consumo apontado pelo computador de bordo com seu 1.6 16V turbo a gasolina foi de 8,2 km/l. Na verdade, 12,2 l/100 km, já que o modelo possui unidade de medida europeia.

O que lhe falta em esportividade, entretanto, o Peugeot compensa com luxo. O acabamento é esmerado e conta com materiais macios ao toque nas portas e no painel. As vantagens do carro não são só para o deleite do motorista, pois há ar-condicionado com controle de temperatura para os passageiros do banco de trás, que ainda contam com telas retráteis para se proteger do sol. Os bancos são mais confortáveis no Peugeot e o espaço traseiro é maior que no rival. Com amortecedores mais voltados para o conforto, o modelo não faz feio em vias irregulares e consegue um bom resultado em curvas. Não é tão emocionante fazê-las como no BMW, mas transmite segurança.

Veredicto de Thiago Moreno: Se você quer um carro bom para dirigir, a experiência do BMW com tração traseira e potência de sobra é inigualável, mas o 328i cobra caro por isso. O Peugeot, apesar de não ser tão potente, não ficou devendo no acabamento e superou o rival na lista de equipamentos, se mostrando um melhor negócio para quem quer subir um degrau para o segmento dos sedãs de luxo.

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